Assim que regressei ao Templo do trovão percebi uma coisa que deveria saber a muito tempo. Nada mudou. Os mesmo monges, Ishins, viajantes, até mesmo os assuntos nunca mudavam. Os monges eram criaturas poderosas dotadas de sabedoria e poder inigualável, mas raramente o demonstravam ou sequer falavam sobre isso. Alguns diziam que por serem poderosos poderiam atrair a inveja dos demais, outros diziam que não havia um motivo para demonstrar tal poder, já que o templo sempre foi um local de paz e sabedoria.
Entrei no meu quarto, na casa Sagrada do Ar me sentindo um pouco culpado. Os monges sempre quiseram que eu me tornasse um deles, que seguisse daquele modo sem nunca sair do templo. Confesso que os disse coisas horríveis quando sai em busca de treinos, coisas que me fizeram entrar de cabeça baixa. Nenhum dos monges disse uma só palavra pra mim. Apenas os sons dos meus passos se propagavam enquanto seguia em direção ao meu quarto. Não me demorei por muito tempo. Peguei algumas coisas que havia deixado lá, deixei algumas coisas que colhi em minha jornada e sai da casa.
Passei por alguns anjos até perceber que estavam inquietos. Ouvi um Grito furioso, uma discussão e uma porta se fechando em um baque. Um Ishim saiu do templo com fúria nos olhos e passos largos. Depois de alguns passos virou-se e sua fúria tomou forma de um furioso furacão que cresceu estrondosamente atrás dele. Ele mesmo não parecia ser afetado, mas o vento forte levantou pedras e areia do chão, depois moveu pequenas arvores até finalmente arrancá-las.
Nenhum dos anjos presentes teve reação, nem eu. Fiquei parada observando a ousadia do anjo ao ameaçar o templo. Foi quando um, apenas um, dos monges saiu do templo caminhando calmamente de cabeça baixa, mas olhos firmes. O Ishim o atacou com um soco, mas ele sequer se móvel, continuou parado observando o anjo. Depois disse algo incompreensível e atirou o anjo contra um dos muros. Alguns anjos o agarraram e o levaram para o templo, mas antes de entrar o Ishim recitou um antigo feitiço Ishim de dominação, em que o furacão continue seu curso de destruição mesmo sem a presença do invocador. Os monges pareceram ignorá-lo e levaram-no para o templo.
Enquanto isso o furacão tomava mais poder e se aproximava mais das muralhas do templo. Alguém teria que fazer algo, mas nenhum dos monges tentou impedir o furacão mesmo às portas do templo. Coloquei o meu Anel de Vôo [Torna o vôo duas vezes mais rápido] e peguei meu Cetro de Ar [Auxilia no controle do vento e da fumaça] e levantei vôo até a altura do núcleo do tornado. Esta seria a hora perfeita para testar os resultados do meu treinamento.
Recitei o feitice de controle que aprendi por todo este tempo com os monges do ar Ergui o cetro em direção ao tornado e, como manda o feitiço, dei a ordem.
- Pare
O cetro Tremeu e minha mão, sugando minhas energias, depois lançou um feixe de luz e vento em direção ao Furação. Ele Tremeluziu, oscilou e se desfez fazendo um amontoado de terra, pedras e arvores em frente aos muros do templo. Desci devagar até o chão exausta. Pela primeira vez o feitiço havia sido útil e eu pude salvar minha casa com isso. Não percebi quando um dos monges se aproximou e colocou a mão em meu ombro.
- O Filho pródigo a casa torna. E em boa hora. – Seu sorriso foi discreto, mas o reconheci como o mesmo que um dia eu discuto com tanto rancor. Ele me ajudou a erguer-se e voltamos juntos ao templo.
Miguel: Válido. 7 Leveis